quarta-feira, 25 de junho de 2025

Definir limites é necessário

A família é, muitas vezes, o nosso primeiro porto seguro. Forma-nos, acolhe-nos e acompanha-nos, nos momentos mais delicados da vida. No entanto, quando se forma um casal, inicia-se um novo núcleo, com as suas próprias dinâmicas, escolhas e intimidades. E é nesse ponto que, com frequência, surgem os conflitos: quando a família de origem se sente no direito de opinar, criticar ou até mesmo influenciar decisões que cabem exclusivamente ao casal.

Essa interferência, por mais que venha disfarçada de preocupação ou “bons conselhos”, pode tornar-se um veneno silencioso. O que começa com uma sugestão inocente pode evoluir para controlo, julgamentos e cobranças constantes. É importante lembrar que amar não dá o direito de invadir. Cuidar não é o mesmo que guiar a vida do outro.

Muitos casais enfrentam o desafio de estabelecer limites claros — e isso exige coragem. Dizer "não", ainda que com respeito, pode ser doloroso, especialmente quando se trata de pais, irmãos ou avós. Mas é necessário. A saúde de uma relação a dois depende, em grande parte, da capacidade do casal de se proteger emocionalmente de ruídos externos e de construir, juntos, as suas próprias regras.

Cada casal deve ter o direito de errar, acertar, mudar de ideia e crescer à sua maneira. A interferência excessiva da família pode impedir esse amadurecimento, infantilizando decisões que exigem autonomia.

É claro que há famílias que apoiam sem sufocar, que aconselham sem impor, e que estão presentes sem ultrapassar fronteiras. Essas são bênçãos raras. Mas quando o amor se transforma em controlo, é sinal de que os papéis estão confundidis.

No fim das contas, amar alguém também é saber retirar-se na hora certa. É confiar que o outro pode conduzir a sua própria vida — e sua própria relação — com responsabilidade e liberdade. E isso, talvez, seja a forma mais elevada de respeito.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Mundo actual

Vivemos tempos curiosos. Avançamos tecnologicamente como nunca antes na história, mas, paradoxalmente, parece que retrocedemos em aspectos fundamentais da convivência humana. O mundo actual, embora ligado por redes e satélites, mostra-se cada vez mais desligado nos sentimentos. A empatia, essa capacidade de se colocar no lugar do outro, vai-se tornando rara — quase exótica.

As relações humanas tornaram-se superficiais, marcadas por julgamentos rápidos e pela intolerância. Há uma pressa em apontar, mas uma enorme lentidão em compreender. Respeitar tornou-se uma tarefa difícil num cenário em que o ego é inflado e o diferente é visto como ameaça. O que antes era diálogo, hoje é confronto.

Falamos muito sobre direitos, e com razão. Todos merecem dignidade, liberdade e voz. Mas esquecemos com frequência que os direitos caminham de mãos dadas com os deveres. Não há verdadeira liberdade sem responsabilidade. E não há sociedade justa se cada um pensar apenas em si.

Neste caos moderno, a loucura parece instalar-se de forma silenciosa, não apenas nos distúrbios psíquicos, mas na lógica das relações e das prioridades. Somos bombardeados por informações, expectativas e comparações — e isso tem-nos tornado emocionalmente frágeis e socialmente instáveis.

Talvez o maior desafio da actualidade seja resgatar a humanidade à pressa, ao ruído e à indiferença. É tempo de desacelerar, ouvir mais, julgar menos. É urgente reaprender a cuidar uns dos outros — com empatia, com respeito, com coragem. A loucura de hoje pode ser combatida com o bom senso de ontem: aquele que sabia que viver em sociedade exige algo maior do que ter razão — exige ter coração.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Jogos electrónicos e vida social/familiar

Nos últimos anos, os jogos electrónicos e de consola tornaram-se uma das formas de entretenimento mais populares entre jovens e adultos. No entanto, o excesso de tempo dedicado a esta actividade pode ter várias causas e consequências.

Uma das principais causas para se passar muitas horas a jogar é a procura por diversão e escape. Muitos jogadores usam os jogos como uma forma de aliviar o stress, esquecer problemas ou simplesmente ocupar o tempo livre. Além disso, a natureza envolvente e viciante dos jogos modernos, com gráficos realistas, recompensas constantes e modos online competitivos, incentiva os jogadores a continuar a jogar durante longos períodos.

Outra causa frequente é a pressão social ou o desejo de pertença a grupos online. Em comunidades de jogos multiplayer, é comum que os utilizadores passem muito tempo ligados para não perderem progressos ou para manterem a sua posição entre os colegas.

Entre as consequências mais evidentes está o impacto na saúde física e mental. O sedentarismo prolongado pode causar problemas como dores nas costas, obesidade, fadiga ocular e perturbações do sono. Do ponto de vista psicológico, o excesso de jogos pode levar ao isolamento social, ansiedade e, em casos mais graves, dependência.

Além disso, o desempenho académico ou profissional pode ser prejudicado, uma vez que o tempo excessivo dedicado ao jogo compromete outras responsabilidades. Problemas de convivência familiar também podem surgir, sobretudo quando os jogos interferem nas rotinas ou nos relacionamentos interpessoais.


sábado, 21 de junho de 2025

Quando o limite do outro é ignorado

Há um tipo de pessoa que entra nos espaços alheios como quem abre a porta de casa sem bater. Gente que acredita que a sua vontade é suficiente para justificar intromissões, palpites e julgamentos. Comportam-se como se tivessem o direito de ditar regras sobre a vida dos outros — o que vestir, com quem se relacionar, como agir, o que pensar.

Essas pessoas confundem convivência com controlo. Não conseguem ver que o outro é um ser autónomo, com as suas próprias escolhas, limites e tempos. Julgam, criticam e, muitas vezes, impõem — como se fossem donas de uma verdade absoluta. Em nome de uma "preocupação", uma "opinião sincera" ou um “quero o teu bem”, invadem, atravessam e ferem.

Falta empatia, sobra ego. Falta escuta, sobra imposição. Respeitar o espaço do outro é reconhecer que nem tudo precisa da nossa aprovação. Que o mundo não gira em torno do nosso ponto de vista. Que cuidar não é controlar e opinar não é mandar.

Liberdade é também deixar o outro ser quem é — sem achar que podemos, queremos ou devemos comandar o caminho alheio.


quarta-feira, 18 de junho de 2025

Quando uma pessoa não sabe ouvir "não"

Ouvir um “não” pode ser desconfortável, mas faz parte da vida. No entanto, algumas pessoas têm extrema dificuldade em aceitar uma negativa — seja em relacionamentos, no trabalho ou em situações do dia-a-dia. Essa resistência ao "não" pode revelar muito sobre maturidade emocional, autoestima e limites pessoais.

Pessoas que não sabem ouvir “não” costumam reagir com frustração, insistência, chantagem emocional ou até agressividade. Em vez de respeitar o limite imposto pelo outro, tentam manipular a situação para que a resposta mude a seu favor. Isso demonstra uma dificuldade em lidar com frustrações e uma necessidade exagerada de controle.

A incapacidade de aceitar o “não” também prejudica os relacionamentos. Afinal, relações saudáveis baseiam-se no respeito mútuo e na compreensão de que o outro tem autonomia. Quem insiste em sempre conseguir o que quer acaba por desgastar os vínculos e criar um ambiente de desequilíbrio e tensão.

Aprender a ouvir e aceitar um “não” é sinal de maturidade. Significa entender que o mundo não gira à volta dos próprios desejos e que cada pessoa tem o direito de decidir os seus próprios limites. Ao respeitar isso, construímos relações mais verdadeiras, baseadas no diálogo e na empatia — não na imposição.


terça-feira, 17 de junho de 2025

Minimalismo: por onde começar?

Já se sentiu sobrecarregada com o excesso de coisas, compromissos e informações? Já olhou ao redor e pensou: "Por que eu tenho isto tudo?" Se sim, talvez o minimalismo seja o caminho que procura.

Minimalismo é mais do que um estilo de decoração com poucos móveis e tons neutros. É uma filosofia de vida que propõe um olhar mais consciente sobre o que realmente importa. Mas afinal, como começar a viver de forma mais minimalista?

1. Reflita sobre o seu propósito

Antes de qualquer mudança prática, pare e pense: Por que quero simplificar a minha vida? É por mais tempo livre? Menos ansiedade? Economia? Mais foco? Entender o seu “porquê” é o primeiro passo para fazer escolhas alinhadas com os seus valores e evitar que o minimalismo seja apenas mais uma tendência superficial.


2. Comece pelo que vê: sua casa

O ambiente em que vivemos influencia diretamente o nosso bem-estar. Comece com um armário ou uma categoria de objectos — como roupas, livros ou utensílios de cozinha. Pergunte: "Eu uso isto? Isto ainda faz sentido para mim?" Doe, venda ou ofereça o que não tem mais função. A sensação de leveza vem logo nos primeiros passos.


3. Repense os seus hábitos de consumo

O minimalismo não é apenas sobre eliminar excessos, mas também sobre não os trazer de volta. Antes de comprar algo novo, faça uma pausa: precisa realmente disso? Tem algo parecido em casa? Essa compra resolve um problema real ou apenas uma emoção momentânea? Consumir com consciência é libertador.


4. Digitalize o que puder

A confusão também pode ser digital. Organize as suas pastas, limpe a caixa de entrada do e-mail, apague apps que não usa. Digitalize papéis importantes, fotos antigas ou documentos que ocupam espaço físico sem necessidade. Menos desordem digital = mais clareza mental.


5. Simplifique a sua rotina

Uma vida minimalista também significa dizer não para o que não faz sentido. Reduza compromissos que não agregam, reveja prioridades e reserve tempo para o que seja de facto importante — como descanso, lazer e tempo de qualidade com quem ama.


Conclusão: menos é liberdade

Minimalismo não é sobre viver com o mínimo. É sobre viver com o essencial. É sobre abrir espaço — físico, mental e emocional — para aquilo que realmente importa. E o melhor de tudo: pode começar hoje, aos poucos.


Não existe fórmula mágica. Apenas a intenção de viver com mais leveza, propósito e verdade.



segunda-feira, 16 de junho de 2025

O que não pode faltar em casa

Há objectos ou alimentos que nunca faltam em casa.  Eles são parte do quotidiano, dos rituais, das manias e das pequenas rotinas que tornam um espaço verdadeiramente "nosso". Estes são os que sempre tenho em casa — e que dizem muito sobre mim:


1. Café – Porque dia bom começa com cheiro de café.

2. Livros – Uns lidos, outros não. Mas só de estarem ali, já fazem parte da casa.

3. Manta no sofá – Porque conforto é prioridade, faça frio ou faça calor.

4. Plantas (mesmo que sobrevivam por teimosia) – Uma tentativa constante de trazer vida para dentro.

5. Bloco de notas ou caderno – Ideias, listas, devaneios... tudo vai parar ali.

6. Chá – Para noites difíceis, estômagos sensíveis ou pura nostalgia.

7. Meias confortáveis – Porque estar em casa pede pés quentinhos.

8. Caixa de ferramentas básica – Um martelo, uma chave de fenda... nunca se sabe.

9. Uma receita de família anotada – Que uma vez ou outra é feita, mais por carinho do que por fome.

10. Um canto só meu – Pode ser uma cadeira perto da janela, uma escrivaninha ou um tapete no chão — é onde volto pra mim.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Beleza na simplicidade

Vivemos num tempo em que a complexidade é muitas vezes confundida com valor. Mas há uma beleza serena e profunda na simplicidade — aquela que não grita, mas sussurra; que não ostenta, mas acolhe.

A simplicidade está nas pequenas coisas: no café quente ao amanhecer, no silêncio que repousa entre duas boas conversas, no céu limpo depois da tempestade. Revela-se na rotina, nos gestos sinceros, nos espaços sem excessos, onde cada coisa tem o seu lugar e o seu tempo.

Ser simples não é ser menos. É, na verdade, escolher com mais consciência. É saber o que é essencial e abrir mão do que apenas ocupa espaço — no lar, na agenda, na alma. A simplicidade é um tipo de sabedoria: a arte de viver com leveza, sem precisar de enfeites para ser inteiro.

Na simplicidade, tudo ganha mais sentido. As palavras têm mais peso. Os afectos são mais verdadeiros. A vida, mais plena.

Menos é mais — não como regra estética, mas como filosofia de vida. Porque quando se tira o excesso, o que fica é o que realmente importa. E isso é belo.


quinta-feira, 12 de junho de 2025

Leitura: a sua importância

A leitura é uma das ferramentas mais poderosas para o desenvolvimento humano. Desde os primeiros contactos com as palavras até às leituras mais complexas da vida adulta, ler é um acto que transforma, ensina e amplia horizontes.

Ao ler, desenvolvemos a linguagem, aumentamos o nosso vocabulário e aprendemos a expressar-nos melhor, tanto na forma escrita como na oral. Além disso, a leitura estimula o raciocínio, a imaginação e a criatividade, permitindo que o leitor viaje por diferentes mundos, conheça outras culturas e compreenda realidades diversas sem sair do lugar.

Outro ponto fundamental é o papel da leitura na construção do pensamento crítico. Um leitor atento e bem informado consegue refletir sobre o que consome, analisar diferentes pontos de vista e tomar decisões mais conscientes. Em tempos de excesso de informação, saber interpretar textos, distinguir fontes confiáveis e entender o que ouve ou lê é uma habilidade essencial.

Além dos benefícios intelectuais, a leitura também pode ser uma fonte de prazer e bem-estar. Ler por lazer alivia o stresse, promove empatia e ajuda-nos a lidar com emoções e experiências da vida quotidiana.

Por tudo isso, incentivar o hábito da leitura desde a infância é uma tarefa importante para pais, professores e para a sociedade como um todo. Ler é mais do que decifrar palavras — é abrir portas para o conhecimento, a liberdade e o crescimento pessoal.


quarta-feira, 11 de junho de 2025

As cores na minha vida

A cor, para mim, é muito mais do que algo que os olhos vêem. É como se cada cor tivesse uma voz, uma energia, um significado que fala directamente comigo. Há dias em que só um simples olhar para uma cor específica, o meu humor muda. O azul suave traz-me calma. O amarelo vibrante dá- me vontade de dançar. O verde faz-me respirar fundo e lembrar que tudo tem o seu tempo.

Desde pequena (ou desde que me entendo por gente), a cor tem sido uma forma de me expressar. Nem sempre consigo colocar em palavras o que sinto — mas consigo mostrar como me visto, como escolho decorar o meu quarto, ... Há dias em que uso cores fortes para me proteger, como uma armadura. Outros, escolho cores mais leves para me acolher.

As cores também me ajudam a lembrar quem eu sou. Conectam-me com lembranças, com fases da minha vida, com versões de mim mesma que às vezes esqueço. Uma cor pode lembrar-me de um abraço, de um lugar, de uma música, de um sentimento.

Viver sem cor, para mim, seria como viver pela metade. Porque é através das cores que eu vejo o mundo com mais alma, mais presença, mais verdade.


terça-feira, 10 de junho de 2025

Família e/ou Carreira

Durante muitos anos, a carreira foi o centro de tudo. Horas a fio em escritórios iluminados por telas, voos apressados, metas a cumprir e conquistas que vinham acompanhadas de aplausos e pouco tempo para respirar. O ritmo era intenso, movido pela ambição e pelo desejo de construir algo sólido, relevante, duradouro. E foi. Os frutos foram colhidos, os marcos celebrados.

Mas, com o tempo, os valores mudaram.

Hoje, o presente é outro. Minimalista, mais silencioso, com menos urgência e mais presença. O foco saiu das agendas lotadas e pousou nos pequenos momentos — um café demorado pela manhã, os passos lentos de uma criança pela casa, o toque sereno da rotina em família. As prioridades mudaram: o essencial tomou o lugar do excesso.

Não foi uma fuga do sucesso, mas uma redescoberta do que realmente significa viver bem. Há beleza na simplicidade e profundidade nos vínculos. A vida, antes pautada por resultados, agora é guiada por afeto, tempo de qualidade e escolhas conscientes.

Entre passado e presente, há uma ponte de gratidão. Tudo o que foi vivido moldou o que se é hoje — mais leve, mais inteiro, mais em casa.


segunda-feira, 9 de junho de 2025

Dez objectos imprescindíveis


1. O comando da TV – Mais sagrado que a chave de casa.

2. A tesoura que ninguém arruma no lugar – Está sempre "ali no cesto", mas o cesto é um buraco negro.

3. A vassoura torta – Já faz parte da família. Ninguém sabe de onde veio, mas varre melhor que as novas.

4. O isqueiro do fogão que desaparece quando mais precisamos – Provavelmente tem pernas.

5. A caixa das ferramentas com tudo, menos o que realmente precisamos – Um museu de chaves de fendas e parafusos inúteis.

6. O cesto da roupa sempre cheio – Mesmo depois de lavar tudo.

7. O rolo de papel de cozinha – Salvou mais desastres que o seguro da casa.

8. A almofada preferida que toda a gente reclama quando desaparece – Caso de polícia.

9. O despertador que ninguém respeita – Apita 12 vezes e ainda nos perguntamos “já são horas?”.

10. A caneca preferida de cada um – E se alguém usar a tua, é traição.


sábado, 7 de junho de 2025

Etapas para vencer um desafio

Passos que poderão ajudar a vencer um desafio:

1. Aceite o desafio

Reconheça que o desafio faz parte do crescimento. Fugir só prolonga o problema. Encare-o com coragem, mesmo que sinta medo — coragem é agir apesar do medo.

2. Defina o problema com clareza

Pergunte-se: "O que está exactamente a desafiar-me? É algo interno (medos, inseguranças) ou externo (falta de recursos, pressão)? 

Quanto mais claro o problema, mais clara a solução.


3. Divida em partes menores

Grandes desafios podem parecer esmagadores. Divida-os em etapas menores e vá resolvendo uma de cada vez. Pequenas vitórias mantêm a motivação viva.


4. Procure apoio

Não precisa passar por tudo sozinho. Amigos, mentores, terapeutas ou até bons livros podem trazer perspectiva e força.


5. Adapte-se e aprenda

Nem tudo vai sair como planeado. Adapte-se, aprenda com os erros e mude o seu caminho, se necessário. A flexibilidade é uma aliada poderosa.


6. Cuide da sua mente e do seu corpo

Sono, alimentação, exercícios e pausas ajudam a manter a mente clara e o corpo preparado. Os desafios são mais difíceis quando se está esgotado.


7. Lembre-se do seu “porquê”

Manter em mente o motivo pelo qual está a enfrentar o desafio dá energia para continuar. Qual é o seu propósito ou objectivo final?


sexta-feira, 6 de junho de 2025

Como lidar com pessoas aborrecidas

Nem sempre podemos escolher com quem nos vamos cruzar — no trabalho, na família ou até mesmo nos relacionamentos do dia-a-dia. Algumas pessoas parecem viver para testar a nossa paciência: são negativas, críticas, insistentes, ou simplesmente… cansativas. Mas aqui vai uma verdade libertadora: ninguém precisa absorver o peso dos outros.


1. Entenda que o problema não é seu

Pessoas aborrecidas geralmente estão a lutar com algo interno. Às vezes é frustração, solidão, insegurança ou até carência de atenção. Isso não justifica o comportamento, mas ajuda a entender que você não é o alvo real. Saber isso já tira um pouco do peso emocional da situação.


2. Não entre no jogo

Evite cair na armadilha da reactividade. Pessoas que gostam de reclamar, provocar ou monopolizar atenção costumam alimentar-se da reacção do outro. Mantenha a calma. Responder com neutralidade pode ser mais poderoso do que qualquer argumento.

Dica prática: Use respostas curtas, firmes e educadas. Exemplo: “Entendo o seu ponto de vista” ou “Vou pensar sobre isso, obrigado por partilhar”.


3. Defina os seus limites com clareza

Tem todo o direito de proteger a sua energia. Estar sempre disponível para os dramas ou reclamações dos outros não é bondade — é auto-abandono. Dizer “não” ou “agora não posso” não nos torna rudes,  torna-nos saudáveis.


4. Pratique o distanciamento emocional

Pode estar presente fisicamente sem se envolver emocionalmente. Isso significa ouvir sem carregar. Observe como se estivesse a assistir a um filme:  vê, entende, mas não entra na tela. Isso exige prática, mas é libertador.


5. Cerque-se de pessoas que lhe acrescentem algo à sua vida 

Nem sempre se consegue evitar os aborrecidos — mas podemos equilibrar as energias. Dê mais espaço na sua vida para quem traz leveza, escute com o coração e respeite o seu tempo. A presença certa cura o peso das presenças erradas.


6. Cuide de si

A melhor defesa contra o incómodo externo é um mundo interno bem cuidado. Medite, escreva, respire fundo, durma bem. Quanto mais em paz você estiver consigo mesmo, menos os outros terão poder sobre a sua paz.

Conclusão:

Não controla o comportamento dos outros, mas podemos escolher como reagir a ele. Lidar com pessoas aborrecidas é um exercício de maturidade emocional — e, mais do que tudo, de auto-cuidado. Seja gentil, mas não permissivo. Seja paciente, mas não passivo. Acima de tudo, seja fiel à sua paz.


quinta-feira, 5 de junho de 2025

Inspiração

Inspiração, para mim, está nos detalhes do quotidiano. No silêncio da manhã, no sorriso espontâneo de alguém na rua, na forma como a luz entra pela janela. São pequenas coisas que despertam grandes sentimentos.

Inspira -me a arte — uma música que toca fundo, um livro que me faz pensar, uma pintura que me faz sentir. Inspira-me a natureza, com a sua calma e força, o seu ritmo que não se apressa, mas nunca falha.

Inspiram-me também as pessoas: aquelas que enfrentam dificuldades com coragem, que persistem mesmo quando tudo parece difícil, que espalham gentileza sem esperar nada em troca.

Acima de tudo, inspira-me a ideia de que posso crescer, melhorar, e contribuir com o mundo à minha maneira. Cada novo dia é uma oportunidade de aprender algo novo, de criar, de sonhar. E é isso que me move.


quarta-feira, 4 de junho de 2025

Não tenho paciência para...

Eu não tenho paciência para explicações longas demais, para pessoas que complicam o que é simples, para filas intermináveis, para quem fala e não faz.

Não tenho paciência para promessas vazias, para o ego inflado disfarçado de humildade, para a pressa que atropela o presente.

Não tenho paciência para jogos emocionais, para conversa fiada, para quem chega atrasado e ainda acha graça.

Não tenho paciência para o barulho excessivo, para o drama desnecessário, para o “depois a gente vê”.

A minha paciência é selectiva: está guardada para quem vale a pena.


sexta-feira, 30 de maio de 2025

Silêncio e bem-estar

Vivemos num mundo cada vez mais barulhento — sons de trânsito, notificações constantes, conversas, ruídos urbanos. No meio dessa agitação sonora, o silêncio torna-se um recurso valioso e necessário para a saúde mental e emocional.

O silêncio não é apenas a ausência de ruído, mas uma oportunidade de reconexão consigo mesmo. Permite que a mente desacelere, que os pensamentos se organizem e que as emoções sejam processadas com mais clareza. Estudos mostram que períodos regulares de silêncio podem reduzir os níveis de stresse, melhorar a concentração e até fortalecer o sistema imunológico.

Além disso, o silêncio favorece a criatividade. Ao afastar -se do excesso de estímulos, o cérebro entra num estado de repouso activo, onde ideias e soluções inovadoras podem surgir com mais naturalidade. É nesse espaço de quietude que muitas pessoas encontram inspiração.

Do ponto de vista físico, momentos silenciosos também estão associados à redução da pressão arterial, melhora do sono e sensação geral de relaxamento. Incorporar pequenos intervalos de silêncio no quotidiano — como uma caminhada tranquila, a prática da meditação ou simplesmente desligar os aparelhos por alguns minutos — pode ter um impacto profundo e duradouro no bem-estar.

Num tempo onde o ruído parece dominar tudo, redescobrir o valor do silêncio é um acto de autocuidado e equilíbrio.


quinta-feira, 29 de maio de 2025

A arte de não fazer nada

Vivemos numa era que glorifica a produtividade. Fazer, produzir, entregar, optimizar. Parar passou a ser visto como preguiça ou culpa. Mas há uma beleza subtil e profunda na arte de não fazer nada.

Não se trata de procrastinação ou fuga. É um estado de presença. De permitir-se simplesmente existir. Sentar-se à sombra de uma árvore, observar o movimento das nuvens, ouvir o silêncio ou o barulho da cidade sem tentar dominá-lo. Estar ali, inteiro, sem plano, sem cobrança.

Neste vazio, a mente respira. As ideias brotam sem esforço. O corpo desacelera, e a alma agradece. É nesse intervalo — entre uma tarefa e outra — que muitas vezes surgem os maiores insights, a verdadeira criatividade, a reconexão consigo mesmo.

A arte de não fazer nada é, na verdade, uma prática profunda de liberdade. Um lembrete de que o nosso valor não está no que fazemos, mas no que somos — mesmo quando não estamos a fazer absolutamente nada.


quarta-feira, 28 de maio de 2025

Gestos que mudam o dia

Às vezes, um pequeno gesto tem poder de transformar completamente o dia de alguém — e também o nosso. Não é preciso muito: um sorriso sincero, um “bom dia” caloroso, ou um elogio inesperado podem criar uma corrente de gentileza que se espalha.

Segurar a porta para quem vem atrás, oferecer ajuda sem ser solicitado, mandar uma mensagem para alguém a dizer que está com saudade — são atitudes simples, mas carregadas de significado. Em tempos de pressa e distracção, lembrar do outro é um acto quase revolucionário.

Espalhar gentileza é fácil, gratuito e faz bem. Que tal começar hoje?

terça-feira, 27 de maio de 2025

No tempo em que não havia telemóvel

 No tempo em não havia telemóvel, combinava-se um encontro e cumpria-se. Sabíamos de cor os números de telefone dos amigos, da avó e da mercearia. As conversas eram olhos nos olhos, sem notificações a interromper. As fotografias ficavam na cabeça e os momentos no coração. Escreviam-se cartas, esperava-se dias por uma resposta - e, ainda assim,, a ansiedade era bonita. Havia mais presença e menos pressa. O tempo parecia render mais, mesmo quando não se fazia nada. E, talvez por isso, as memórias desse tempo parecem sempre mais cheias, mais vivas.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Invasão do espaço

 Não é fácil lidar com a falta de respeito, ainda mais quando vem de pessoas que podem não gostar de ti, podem até não te aceitar, mas o respeito é a base. A dor de se ser constantemente desvalorizado, ignorado, tratado como se fossemos crianças e o nosso espaço invadido é real.

quando não há respeito por mim, pela minha família e pelos nossos limites, isso deixa marcas. O convívio torna-se difícil. É frustrante perceber que, apesar do esforço para manter a paz e o respeito, o retorno é desprezo ou atitudes invasivas.

Não se trata de esperar perfeição. Trata-se de exigir o mínimo: respeito. Respeito pela forma como vivemos, pelas escolhas que fazemos, pelas nossas prioridades. É possível discordar e conviver sem ultrapassar limites.

O espaço que construí com a minha família merece ser protegido. E, mesmo que doa, às vezes é preciso impor distância de quem não sabe oferecer o básico: consideração.

domingo, 25 de maio de 2025

Porque hoje é domingo

  É domingo e parece que o tempo passa mais devagar. É o dia oficial da preguiça,  do café demorado, do almoço da mãe e da sobremesa. É o dia de andar em pijama e ninguém se importa. A sesta é opcional mas com este calor, após um bom almoço na melhor companhia, os olhos começam a fechar.

Amanhã é segunda, é inevitável este pensamento... porém, até lá viva o sofá, o controlo remoto, os livros e a arte de não fazer nada.

Feliz domingo.

sábado, 24 de maio de 2025

10 momentos de felicidade

 Os dez momentos de felicidade:

1 - Família

2 - Ler

3 - Ouvir música 

4 - Experimentar uma nova receita

5 - Sentir o sol no rosto, principalmente num dia frio

6- Uma caneca de chá

7 - Rir até doer a barriga

8 - Ter tempo só para mim

9 - Dormir em lençóis lavados

10 - Sentir cheiros que me trazem boas lembranças

(Há excepção do n.º 1, todas as outras foram escritas de forma aleatória).

sexta-feira, 21 de março de 2025

Dias de chuva

 Gosto de um dia de chuva, daquela chuva certinha e calma, que vai molhando a terra lentamente e não faz estragos. Gosto de estar em casa nesses dias, de pôr uma manta nas pernas, ler um livro, na companhia de uma chávena de chá quente. Gosto de ouvir a chuva e do cheiro da terra molhada.

Não gosto do tempo destes últimos dias, não gosto de vento e chuva fortes, que estragam, que magoam, que tiram vidas. Perante o cenário actual, sinto-me um pequeno ser incapaz seja do que for perante a fúria da natureza. Estás situações deveriam levar-nos a pensar no que realmente vale a pena e deixarmo-nos de conflitos, sejam eles quais forem.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

O diabo do Alfusqueiro

 " Nem sempre o Demo leva a melhor com o Homem, sobretudo se este tiver a ajudazinha de uma fada. Pois esta é a lenda daquela velha ponte de cantaria sobre o Alfusqueiro, afluente do Rio Águeda, no Caramulo. Poderíamos até dizer que é de um tempo em que o Diabo ainda precisava de andar pela terra a negociar almas. Assim, se naquela passagem era imprescindível para os que atravessavam a serrania, meteu-se um cristão a fazê-la, mas na hora da arrancada deu-se conta da temeridade que a obra envolvia. Eis, surge-lhe o Diabo em pessoa a dizer-lhe que ele mesmo se encarregaria de fazer a ponte, ele e os seus demónios. Porém, havia a questão do pagamento. Pois este consistiria na alma do cristão. A obra ficaria pronta à meia-noite do dia de Natal desse ano, ao cantar do galo. Contrato escrito, foi este assinado com o próprio sangue do homem.

Mas o cristão, conforme via o andamento da obra, aliás de magnífica arquitectura, começava a ficar pesaroso do negócio que fizeram. E a quem aparece o Diabo porque não há-de aparecer uma fada boa? Foi o que terá acontecido. Uma fada esperta ensinou ao homem maneira de se livrar do compromisso, não deixando de ficar com a ponte feita! Neste sentido, a fada deu ao cristão um ovo disse-lhe:

- A obra ficará pronta à meia-noite em ponto. Está atento aos últimos trabalhos e logo que vejas o Diabo colocar a última pedra atira o ovo pela ponte fora e vais ver que tudo corre bem.

E conta a lenda que quando o Diabo e os seus demónios estavam a colocar a pedra do remate, o cristão atirou o ovo ao longo do tabuleiro da ponte e este rolou até que bateu numa pedra e que se quebrou. De dentro dele saiu um belo galo, excelente de plumagem, que começou logo a cantar, antecipando a meia-noite. E assim, por segundos, o Diabo do Alfusqueiro perdeu a aposta. E sabem que mais? A ponte lá está, podem ir experimentá-la num passeio por aquelas bandas aguedenses da Serra do Caramulo. O Diabo dizem que deu um estouro tal que nunca mais por ali passou!

Ah,  mas não se fica ppor aqui o espólio lendário de Águeda, pois logo no lugar do Sardão, que ainda pertence à freguesia da cabeça do concelho,  há o Medo dos Abadinhos, onde aparecem dois bizarros grupos que constituem o terror das criancinhas: ou a porca com pintainhos ou a galinha com porquinhos. E estes sustos não são só prometidos por aqui, que há outros pontos do país onde os mais velhos ameaçam com eles a felicidade das criancinhas, sobretudo quando se portam mal...

Bem, já agora, fechemos com o feito da Ti Águeda. Pois numa margem do rio a quem ela dava, ou de quem ela tomava, o nome, havia uma cabana de pescadores e na outra uma cabana de pastores. Ponte então não a havia, e a corrente separava dois jovens que se enamoraram. Pois a Ti Águeda, enternecendo-se com aquele amor, dispôs as suas artes mágicas no arrumar das poldras, de modo a permitir a livre aproximação dos lábios que se queriam beijar!"


Viale Moutinho, Lendas de Portugal. Diário de Notícias 

sábado, 18 de janeiro de 2025

Lenda: "Senhora dos Aflitos"

 (...), nos arredores de Abrantes, num largo à saída da Estrada Velha, quando está entronca com a Estrada Nova, a caminho de Alvega, há uma pequena capela, propriedade particular, sempre fechada a sete chaves, conhecida como do culto do Senhor dos Aflitos. Esmolas de azeite e em dinheiro afluem com cerca regularidade e muita devoção. E a lenda não terá ainda um par de séculos. Pois diz-me que um homem dessa família (...) passando a cavalo e com a sua matilha por aquele lugar foi assaltado por uma alcateia. Os lobos seriam muitos e esfaimados, a ponto de terem acabado com os cães do viajante. Este, impotente para enfrentar as feras, apelou ao Senhor dos Aflitos e a alcateia afastou-se, deixando-o incólume. Emocionado e grato, o cavaleiro logo ali mandou erguer aquele templozinho. (...) Diz o povo que as gentes com problemas nos negócios, dinheiro, mas também de saúde e de amor - Aflitos de um modo geral! - ali acorrem a fazer e a pagar as suas promessas. Falámos em Alvega, e vamos agora a Areia - Casa Branca, na margem esquerda da ribeira da Represa, um pouco abaixo das ruínas do pequeno monumento romano, perto da ponta e estrada 118. Passava ali a via romana, que de Abrantes ia para Alvega, Gavião, Arronches, até Mérida. Ora naquele sítio é a Buraca da Moura, seja uma fenda que não escapa à lenda!

E a lenda conta que naquela Buraca vivia, uma bela moura, naturalmente encantada. Apenas saía de noite, para cantar as suas tristezas. Ora também é voz corrente que naquela Buraca começa um túnel que, passando sob a ribeira, alcança a margem direita da Represa e vai dar a algures, a alguns quilómetros dali. Só que a memória popular perdeu a localização dessa saída e já ninguém se arrisca a fazer o túnel por dentro. Uma vez, um pastor terá dito que ali, junto à Buraca a Moura, lhe desapareceu uma cabra e só deu com ela bastante longe, lembrando-se do túnel. Mas também não deu com a outra saída - ou entrada! (...)"




Fonte: Visor Moutinho, Lendas de Portugal. Diário de Notícias, 2003.

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A família é, muitas vezes, o nosso primeiro porto seguro. Forma-nos, acolhe-nos e acompanha-nos, nos momentos mais delicados da vida. No ent...