Vivemos numa era que glorifica a produtividade. Fazer, produzir, entregar, optimizar. Parar passou a ser visto como preguiça ou culpa. Mas há uma beleza subtil e profunda na arte de não fazer nada.
Não se trata de procrastinação ou fuga. É um estado de presença. De permitir-se simplesmente existir. Sentar-se à sombra de uma árvore, observar o movimento das nuvens, ouvir o silêncio ou o barulho da cidade sem tentar dominá-lo. Estar ali, inteiro, sem plano, sem cobrança.
Neste vazio, a mente respira. As ideias brotam sem esforço. O corpo desacelera, e a alma agradece. É nesse intervalo — entre uma tarefa e outra — que muitas vezes surgem os maiores insights, a verdadeira criatividade, a reconexão consigo mesmo.
A arte de não fazer nada é, na verdade, uma prática profunda de liberdade. Um lembrete de que o nosso valor não está no que fazemos, mas no que somos — mesmo quando não estamos a fazer absolutamente nada.
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